Preview da Temporada 16/17 – Divisão Pacífico

A temporada regular da NBA começa nesta terça-feira (25) e antes de ver os jogos você pode conferir nossas expectativas para todos os times! Veja o que já falamos de outras divisões:

Divisão Pacífico (Warriors, Clippers, Kings, Suns e Lakers)

Divisão Sudoeste (Rockets, Spurs, Mavericks, Grizzlies e Pelicans)

Divisão Sudeste (Hawks, Hornets, Wizards, Heat e Magic)

Divisão Atlântico (Celtics, Raptors, Knicks, Nets e Sixers)

Divisão Central (Cavaliers, Pistons, Bucks, Pacers e Bulls)

Divisão Noroeste (Blazers, Jazz, Thunder, Wolves e Nuggets)

Chegou agora e não sabe nada de NBA? Veja nosso especial ‘Semana dos Novatos’

Antes de falarmos de cada time colocaremos uma tabelinha com a POSSÍVEL rotação do time. Antes de gritar com a gente nos comentários, lembrem-se de que vários times ainda não fizeram os últimos cortes necessários enquanto estávamos escrevendo, e que algumas perguntas ainda não estão respondidas. Em alguns casos apenas CHUTAMOS coisas para fazer essa projeção de quem é titular, reserva e tudo mais. É uma ferramenta para ajudar na visualização da equipe, não um retrato perfeito da realidade.


[image style=”” name=”on” link=”” target=”off” caption=”Não, você nunca esteve nesse grupinho popular na escola”]http://bolapresa.com.br/wp-content/uploads/2016/10/Warriors_.jpg[/image]

Golden State Warriors

Titulares Reservas Resto =)
Stephen Curry Shaun Livingston
Klay Thompson Ian Clark Patrick McCaw
Kevin Durant Andre Iguodala
Draymond Green David West Kevon Looney Damian Jones
Zaza Pachulia Anderson Varejão JaValle McGee James M. McAdoo

A ambição: Ganhar o campeonato quebrando mil recordes e encantando a humanidade

A realidade: Ganhar o campeonato quebrando mil recordes enquanto todo mundo torce contra

Não sei se vocês ficaram sabendo, mas este é o time que ganhou 73 dos 82 jogos da temporada regular passada. E, caso tenham ficado aí um pouco fora das notícias, é também o time que contratou Kevin Durant na última offseason. Embora não faltem exemplos de super times que tenham falhado, não colocar a equipe do técnico Steve Kerr como favorita ao título é sinal de insanidade. Eles montaram esse time para ganhar o título, vingar a final perdida no Jogo 7 (em casa!) no ano passado e tentar seguir com uma dinastia para os livros de história.

Para acomodar Durant, porém, o Warriors teve que trocar ou abrir mão da renovação de contrato de muitas peças que ajudaram a formar aquele timaço do ano passado. Então adeus Harrison Barnes, Andrew Bogut, Leandrinho, Festus Ezeli e Mareese Speights. Ofensivamente eles não perdem muito, tirando os minutos de glória em que Speights acertava um monte de arremesso seguido e dava um boost no banco de reservas, quem chegou para substituí-los deve manter o nível ofensivo do time lá em cima. É na defesa que a coisa se complica um pouco: Andrew Bogut é um dos melhores pivôs defensivos da NBA, ótimo nos tocos, muito bom em coordenar (na base do grito!) a defesa, avisando de onde estão vindo os bloqueios e para onde deve ir a ajuda. Sua excelente cobertura permitia ao Warriors muitas vezes se arriscar na defesa, contando com sua presença lá atrás. Embora Zaza Pachulia tenha bom passe no ataque, a exemplo de Bogut, e até um arremesso mais confiável, lá na defesa não fará o trabalho no mesmo nível.

A saída de Harrison Barnes poderia machucar um pouco também porque ele era uma das chaves necessárias para o time destravar o famoso QUINTETO DA MORTE. Embora a peça fundamental fosse Draymond Green como pivô, ter Barnes capaz de garantir rebotes e marcar caras MUITO mais altos e fortes do que ele era igualmente importante. A questão aqui, porém, é que imaginamos que Durant possa fazer a mesma coisa, talvez até melhor. Até que se prove o contrário, o quinteto da morte está são e salvo.

A questão da ausência de Bogut é mesmo a mais preocupante, sabemos disso por declarações do técnico Steve Kerr, que admitiu que já está pensando em alternativas para compensar a ausência de um especialista em proteger a cesta, e também pelo elenco. O time está dando uma chance de redenção para JaValle McGee, renovou com Anderson Varejão, draftou o novato Damian Jones e trouxe o veteranão David West. É muito jogador de garrafão para uma equipe conhecida por jogar muitos minutos por jogo só com baixinhos em quadra. A ideia é ter muitas opções, de características distintas, para ter escolha quando os adversários tentarem expôr essa fraqueza deles.

Dessa leva de pivôs, o caso para acompanhar mais de perto é o de JaValle McGee. Ele começou na NBA com a promessa de se tornar o que DeAndre Jordan virou, um raro pivô que consegue ser ao mesmo tempo GIGANTESCO e também veloz e atlético. Calhou que Jordan joga num time organizado e com Chris Paul, e soube tirar proveito disso para desenvolver seu jogo o bastante para se tornar um dos grandes pivôs da liga hoje. McGee, por outro lado, só jogou em times caóticos e alimentou sua (justificada) fama de não ter ideia do que faz na quadra. Mas imagina se agora vai? Um cara tão grande, rápido, num time que corre desse jeito e só precisa de um jogador dando tocos por alguns minutos por jogo? Ele é muito amigo de Andre Iguodala e isso deve ter ajudado a receber uma chance, é provavelmente sua última de mostrar que é mais do que uma piada do programa do Shaquille O’Neal.

É bom também ficar de olho no novato Patrick McCaw, um dos destaques da Summer League, que meteu até bola da vitória nessa pré-temporada, e que está sendo adorado pela comissão técnica do Warriors, incluindo Jerry West. Ele, Ian Clark e Shaun Livingston devem fazer os pontos quando as estrelas estiverem descansando.

O descanso, aliás, é ponto-chave na hora de falar desse time. Steve Kerr já disse que Curry, Thompson, Green e Durant vão querer matá-lo se ele der uma de Gregg Popovich e deixá-los menos de 30 minutos em quadra, então a restrição de minutos não é uma possibilidade. Mas certamente haverão cuidados após ver o time cansado e com algumas lesões nos Playoffs do ano passado. Mas como o próprio técnico do time lembra, e como até falamos aqui no blog no ano passado, o Warriors ganhou tantos jogos de LAVADA na temporada passada que a média de minutos dos caras importantes realmente não era alta. Para Kerr, o descanso real tem que vir na cabeça: a pressão que eles colocaram em cima deles mesmos para quebrar o recorde de 72 vitórias do Chicago Bulls foi o mais exaustivo.

Esse ano não deve ser muito diferente. Todos os jogos deles, pelo elenco estelar, serão eventos grandiosos. Cada derrota virá recheada de questionamentos, dúvidas e milhares de perguntas sobre o que está dando errado com o time que deveria ser perfeito, e, se tudo der certo, voltarão as cobranças (de dentro e de fora) por recordes e por confirmar o favoritismo na hora do mata-mata dos Playoffs. O desafio maior do Warriors nessa temporada regular é acertar o entrosamento do time, encontrar a rotação correta, especialmente entre os jogadores de garrafão, e manter o máximo de tranquilidade possível para enfrentar o turbilhão dos Playoffs. Por enquanto parece que as coisas estão dando certo. Olha o que eles são capazes de fazer em um minuto…


[image style=”” name=”on” link=”” target=”off” caption=”DeAndre Jordan teme que tenha levado um soco de Blake Griffin sem perceber”]http://bolapresa.com.br/wp-content/uploads/2016/10/Clippers2_.jpg[/image]

Los Angeles Clippers

Titulares Reservas Resto =)
Chris Paul Austin Rivers Raymond Felton
JJ Redick Jamal Crawford Alan Anderson
Luc Mbah a Moute Paul Pierce Wesley Johnson
Blake Griffin Brandon Bass Brice Johnson
DeAndre Jordan Mareese Speights Diamond Stone

A realidade: Alguma merda homérica vai acontecer durante os Playoffs

A expectativa: Chegar ao menos na final da Conferência Oeste

Bateu uma curiosidade e fui reler o que escrevi sobre o LA Clippers no ano passado. Encontrei trechos como esses aqui:

“Esse carro derrapante que é o Clippers é difícil de prever, mas certamente é empolgante e muito potente. Eles têm mais do que potencial e talento, eles já mostraram do que são capazes, mas é inegável que são imprevisíveis. Derrotaram o poderoso San Antonio Spurs com autoridade em uma das melhores séries de Playoff de todos os tempos, mas perderam com amareladas homéricas nos dois últimos anos. Alguém bota seu rico dinheiro nesses caras?”

“Dois problemas assolaram o Clippers na última temporada, a falta de uma defesa consistente no perímetro, longe da proteção de DeAndre Jordan, e um fraquíssimo banco de reservas”

Mais um ano se passou e vejam só, os problemas ainda são os mesmos! Na temporada passada novamente o Clippers jogou muita bola na temporada regular, mas perdeu de maneira traumática na pós-temporada. Ao invés de derrota inexplicáveis em séries que lideravam, dessa vez foram lesões seguidas em Chris Paul e Blake Griffin que custaram a série contra o Blazers, mas a frustração no time é a mesma. Em seu podcast, o JJ Redick já entrevistou quase todos seus companheiros de time e eles se recusam a acreditar em alguma maldição ou maré de azar, mas é palpável a ânsia e a angústia de ver um time ótimo não conseguir transformar qualidade em vitórias de Playoff. Só daqui seis meses veremos como eles lidarão novamente com essa pressão, mas é um assunto que vai rondá-los o ano todo.

O banco de reservas do time também não melhorou na temporada passada. Eles se livraram de caras bem abaixo da média, contrataram caras de renome e nada. Entra ano e sai ano e só Jamal Crawford consegue render como reserva desse time. Não sei se é falta de um armador reserva de verdade, se falta uma adaptação do esquema tático a jogadores de características diferentes, mas é incrível como a coisa ainda não funciona. E novamente eles foram para o mercado tentar solucionar o caso. Dessa vez buscaram o já rodado armador Raymond Felton, o Alan Anderson, ala que jogou muito bem em seu tempo de Brooklyn Nets, mas só se machucou depois de ir para o Washington Wizards, e Mareese Speights, o cara com menos pudor de arremessar no time do Golden State Warriors nos últimos anos, incluindo aí Steph Curry. O cara da ruga na cabeça chutava quando bem entendia!!! Às vezes era péssimo, às vezes vazia o banco deslanchar. Chegou também o sempre sólido Brandon Bass, que tem um jogo de arremesso de meia distância bem parecido com o de Speights.

Talento não é problema, dessas teorias, acho que o que pesa para o Clippers não ser tão brilhante com seus reservas é organização e sincronia entre as peças. Boa parte disso tem a ver com o fato de Jamal Crawford ser muito individualista, e muito também com Austin Rivers, o filho do técnico Doc Rivers, que não é um armador nato e às vezes se vê obrigado a assumir as rédeas da equipe. Não deu certo e eu não sou fã dele, estou no grupo dos chatos que acham que ele já teria queimado todas suas chances como jogador da NBA se não fosse o pai. Mas ele teve apoio extra e temos que admitir que ele jogou bem quando Chris Paul deixou o time na série contra o Blazers. Ele jogando todo destruído, sangrando, no Jogo 6, foi bem impressionante. Mas ser raçudo e melhorar aos poucos quer dizer que ele é um ARMADOR? Ainda não.

Continuo achando que Doc Rivers precisa conter a tentação de deixar o excelente time titular junto sempre que preciso e mesclar mais os quintetos que ficam em quadra. Talvez tirar Griffin mais cedo de quadra para poder colocá-lo de volta quando for a vez de Paul tomar uma água. E será que Raymond Felton pode ser o cara a ditar um time alternativo melhor? Ele tem mesclado muitos altos e baixos nos últimos anos, mas admito que gostava dele no Dallas Mavericks. Iremos descobrir se é porque ele está bem mesmo ou se é porque todo armador parece melhor no Mavs.

O último problema que citei no Preview do ano passado era a defesa, especialmente a de perímetro, mas isso parece estar resolvido. Eles pularam de ser a 15ª melhor defesa da NBA (exatamente na metade) para ser a SEXTA melhor do último ano! A chegada de Luc Mbah a Moute e Wesley Johnson ajudaram e DeAndre Jordan está cada vez melhor quando é envolvido no pick-and-roll, não é mais só o bloqueador de arremessos que já foi no passado.

O ataque sempre foi fora de série e deve continuar sendo, se a defesa seguir a mesma toada do ano passado e o banco simplesmente ser DECENTE, esse time estará lá no topo brigando com todos os grandes da NBA. Aliás, estará no topo mesmo se o banco continuar pouco confiável. Mas sabe-se lá o que diabos vai acontecer de errado com eles quando chegar o mata-mata!


[image style=”” name=”on” link=”” target=”off” caption=”DeMarcus Cousins tenta decidir se vai arremessar, arremessar ou tomar uma falta técnica”]http://bolapresa.com.br/wp-content/uploads/2016/10/Kings_.jpg[/image]

Sacramento Kings

Titulares Reservas Resto
Darren Collison Ty Lawson Garrett Temple
Arron Afflalo Ben McLemore Malachi Richardson
Rudy Gay Matt Barnes Anthony Tolliver
Kosta Koufos Omri Casspi Skal Labissiere
DeMarcus Cousins Willie Caullie-Stein Georgios Papagiannis

A expectativa: Finalmente sair de um buraco de mais de uma década e aproveitar o talento de DeMarcus Cousins

A realidade: Mais um ano sem saber direito se DeMarcus Cousins é resultado dos problemas do time ou mais um de seus causadores

O caos no Sacramento Kings já é piada e lugar-comum ao mesmo tempo. Eles demitem técnico a torto e a direito, suas escolhas de Draft nunca se tornam jogadores decentes, eles trocam atletas jovens e pouco recebem em troca. O dono do time, o indiano Vivék Ranadivé troca farpas com todos os outros acionistas minoritários do time, fala bobagens em público e, por fim, Vlade Divac ainda está aprendendo a ser um General Manager nessa liga, finalmente contratando pessoas mais experientes em contratos da NBA para o ajudar. No fim das contas Rajon Rondo nem cogitou continuar e Rudy Gay está implorando para ser trocado. Algo pode dar certo nesse lugar?!

É difícil acreditar que sim, mas pode acontecer. Vitórias curam tudo! Basta montar um bom time, por meia temporada que seja, para que o resto da liga olhe com outros olhos, para que jogadores não joguem já pensando em sair para o próximo contrato, para que os cartolas parem de apontar dedos e trabalhem sem o desespero de sempre tentar mudar tudo. O difícil é fazer o carro desgovernado deixar de despencar pela ladeira, quem vai ser o SALVADOR que irá dar o pontapé inicial para essa possível, embora improvável, reviravolta?

O Kings conta hoje com dois nomes para alimentar essa esperança. O primeiro, claro, é o de DeMarcus Cousins. O pivô não é só mais um dessa nova geração, junto com Karl-Anthony Towns, Kristaps Porzingis e Anthony Davis, que sabe driblar e arremessar, ele também tem muito da velha geração, de ser pesado, de conseguir jogar de costas para a cesta e intimidar com força e trombadas. É um raro pivô curinga que poderia jogar em qualquer esquema tático, desde times velozes e abertos viciados em pick-and-roll até times old school que acham que toda jogada se começa jogando a bola lá dentro do garrafão para o pivô. Estamos falando de um nível de talento que é tão grande quanto mal aproveitado.

A crítica aí, porém, não é só para os seus antigos técnicos. O próprio Cousins não tem ideia do que fazer com ele mesmo. Saber arremessar de longe não é chutar quando bem entender, quebrando uma jogada. Não é tentar infiltrar na marra e depois perder os 10 minutos seguintes chorando uma falta com os juízes, não é liderar a liga em faltas técnicas. O que dizem na imprensa americana é que o comportamento do pivô é péssimo, desde sua postura nos jogos, se entregando, até em treinos e com seus companheiros de time. Ele é aquele amigo que todos já tivemos no grupo, que é o mais legal e que tem os melhores elogios a todos quando está de bom humor, e é o maior babaca que estraga a festa quando estoura.

O outro possível salvador do Sacramento Kings é o técnico Dave Joerger. Ex-técnico do Memphis Grizzlies, que levou o time a uma impensável final de conferência, ele é a única pessoa nos últimos anos que foi para o Kings porque quis! Tá bom, tiveram alguns outros Free Agents, mas a maioria não tinha lá muitas opções. Joerger poderia ter continuado no Grizzlies, certamente poderia ter brigado por outras posições, mas viu uma oportunidade em Sacramento. Por um lado pode dar mesmo certo, Joerger tem experiência em lidar com elencos difíceis, mas também pode dar muito errado. Joerger pode ter visto Cousins como aquela menina que vai atrás o garoto imbecil dizendo que “comigo ele vai tomar jeito”.

Taticamente é possível tirar algumas coisas desse time. Embora seja difícil confiar a armação totalmente a Darren Collison e para o que restou do cadáver de Ty Lawson, eles têm bons jogadores em todas as outras posições. Rudy Gay pode funcionar como ala de força aberto se quiserem jogar mais baixo, Barnes e Afflalo são veteranos encardidos na defesa e com bom arremesso no ataque. Garrett Temple teve seus momentos no Wizards com as lesões de Bradley Beal e Kosta Koufos rendia muito bem com o próprio Joerger no Grizzlies. Em Memphis, aliás, o técnico melhorou um ataque que jogava mais baseado em seus pivôs passadores do que nos alas ou no armador, é possível que ele esteja visualizando algo híbrido de Zach Randolph e Marc Gasol para Cousins? Veremos, mas não vamos nos iludir agora. Elenco e opções táticas ficarão em segundo plano se eles não começarem a se ver como uma franquia séria.


[image style=”” name=”on” link=”” target=”off” caption=”Tá na hora de alguém apontar para o fato de que o Booker não tem a parte branca do olho”]http://bolapresa.com.br/wp-content/uploads/2016/10/Booker_Suns.jpg[/image]

Phoenix Suns

Titulares Reservas Resto =)
Eric Bledsoe Brandon Knight Tyler Ulis
Devin Booker Leandrinho Derrick Jones Jr.
TJ Warren PJ Tucker John Jenkins
Jared Dudley Marquese Chriss Dragan Bender
Tyson Chandler Alex Len Alan Williams

A expectativa: Que a dupla de novatos cresça rápido como Devin Booker e eles se tornem o novo Wolves

A realidade: Devem melhorar, mas a estrada é longa

O Phoenix Suns é a franquia que deveria servir de exemplo para outros times jovens que querem brigar por muita coisa rápido demais. Há dois anos eles pareciam ser o grande e promissor jovem time do Oeste, a história de reconstrução mais rápida e bem sucedida da conferência. Aí de repente tudo deu errado: jogadores se desentenderam com o ex-técnico Jeff Hornacek, eles contrataram mal, várias lesões aconteceram ao mesmo tempo, muitas trocas rolaram para acalmar os ânimos e muita gente, em especial Goran Dragic, deu o fora dizendo não sentir nenhuma saudade do jeito que eram tratados em Phoenix.

Mas esse desastre não acabou com o Suns pra valer. Eles tinham lenha para queimar, além de uma dose de sorte. Embora as duas cirurgias nos joelhos assustem muito, Eric Bledsoe é um baita jogador para se montar um time em volta, e o time fez um bom trabalho de juntar veteranos conhecidos por liderança e por saber lidar com os mais novos: Tyson Chandler, Jared Dudley e Leandrinho, esses dois últimos com história de sucesso dentro do próprio Suns no passado. A experiência desastrosa do Philadelphia 76ers tem feito muito time investir em veteranos.

Mas o sucesso a longo prazo desse time depende mesmo do desenvolvimento das suas jovens apostas. Se eles não derem em nada, vai ser um time decente mas ambição, se crescerem para se tornarem futuras estrelas (ao menos alguns), poderão sonhar mais alto nos próximos anos. Eu acho que Devin Booker, mesmo após apenas um ano de carreira, não traz mais dúvidas, o cara é ESPETACULAR. Já é um dos melhores arremessadores da NBA e, improvisado como armador por necessidade na temporada passada, desenvolveu um bom jogo de pick-and-roll em pouquíssimo tempo. É um talento especial que já jogou Brandon Knight para o banco de reservas e que faz a torcida sonhar longe. O ideal de todo time que se desmancha de repente é achar um novo nome de peso, o tal “franchise player“, o mais rápido possível, e o Suns parece ter achado com a décima quarta (!) escolha do Draft do ano passado. Mérito deles, mas também um golpe de sorte.

Mas se Booker é uma certeza, os outros pirralhos não inspiram tanta confiança. O pivô Alex Len até tem jogado mais e melhor, mas é uma evolução em câmera lenta, especialmente na defesa. Archie Goodwin mescla bons lances com partidas em que nem percebemos que ele jogou. E ainda tem os dois novatos selecionados no Draft deste ano, os alas/pivô Dragan Bender e Marquese Chriss, que pareciam crus demais para a NBA quando foram selecionados e mostraram exatamente isso na Summer League e agora na pré-temporada. Não quer dizer (ainda, pelo menos) que as escolhas foram erradas, mas é preciso lembrar que casos como o de Devin Booker são raros. Não é todo dia que moleques de 19 anos chegam na NBA jogando como se fosse a coisa mais fácil do mundo.

A presença dos veteranos vai ajudar a dar uma direção para esses pirralhos e eles vão ganhar mais jogos do que venceriam se só dessem minutos de jogo para os novinhos, mas acho que sonhar com Playoff ainda é cedo demais. É bom lembrar também que outro quase novato é o técnico Earl Watson, que assumiu o time na metade da temporada passada e ainda precisa mostrar pra todo mundo qual é seu estilo, dentro e fora da quadra. Muitas dúvidas e promessas, mas vale acompanhar pra ver Devin Booker em ação.


[image style=”” name=”on” link=”” target=”off” caption=”-Não divulga aquele vídeo não, brother”]http://bolapresa.com.br/wp-content/uploads/2016/10/Lakers_.jpg[/image]

Los Angeles Lakers

Titulares Reservas Resto =)
D’Angelo Russell Marcelinho Huertas José Calderón
Lou Williams Jordan Clarkson Nick Young
Luol Deng Brandon Ingram Metta World Peace
Julius Randle Larry Nance Jr Thomas Robinson
Timofey Mozgov Tarik Black Ivica Zubac

A expectativa: Não ter a pior temporada da história da franquia de novo

A realidade: Melhor não prometer nada

A situação do Los Angeles Lakers nesta temporada é parecida com a do Phoenix Suns: estão apostando todo o futuro em um grupo promissor de pirralhos, em um jovem técnico e trataram de usar a offseason para contratar alguns veteranos para que o vestiário não pareça uma sala de aula de sexta série.

Os nomes do futuro são D’Angelo Russell e Brandon Ingram, as segundas escolhas nos Drafts de 2015 e 2016, respectivamente. O primeiro sofreu um bocado em seu ano de novato: começou mal, virou reserva, teve uma briga de declarações públicas com o técnico Byron Scott, voltou ao time titular e quando, finalmente, começou a jogar bem, se envolveu naquela patética confusão onde publicou no snapchat um vídeo do companheiro de time Nick Young admitindo, sem saber que era filmado, que tinha traído a mulher. Um caos.

Mas isso parece ter sido contornado, Russell é o nome do time na primeira temporada da equipe em 20 anos sem Kobe Bryant, e ele mostrou na pré-temporada que está disposto e empolgado com o papel de protagonista. A situação para Russell nesta temporada combina muito mais com ele: sem Kobe, ele pode ficar mais com a bola na mão e arremessar quando bem entender, ele tem um chute rápido, quase sem pular, bem difícil de defender; e o novo técnico Luke Walton está tentando implementar um ataque mais rápido e com mais espaço, com ambos os pivôs sempre saindo do garrafão para bloqueios e pick-and-rolls. Isso permite Russell infiltrar mais, arremessar mais e até jogar mais como criador de jogadas. Dito isso, ele é ainda um pirralho bem imaturo. A abordagem “surfistão desapegado” do técnico Walton, o oposto do “sargento” Scott, vai ter efeito positivo ou negativo sobre sua capacidade de crescer para liderar o time?

Ingram passa menos dúvidas em relação a sua postura, mas acho que ainda é sonhar demais que ele chegue fazendo a diferença no seu primeiro ano. Na pré-temporada ele demorou quase dois jogos inteiros para acertar seu primeiro arremesso, hesitou muito em driblar e infiltrar e só foi ter um jogo bom de verdade no penúltimo amistoso, contra o Golden State Warriors, quando foi escalado para armar o time (!!!) e finalmente começou a colocar a bola no chão, arriscar jogadas e encarar defensores. Ele precisa ainda achar suas jogadas de confiança, a posição certa para jogar e, claro, ganhar massa muscular. Qualquer trombada e ele perde o controle, coisa de quem pesa uns 40kg.

Dá pra falar desse jeito de todas as promessas do Lakers. Julius Randle vai ser pra sempre um trombador ou vai virar o misto de Lamar Odom e Zach Randolph que Kobe previu no ano passado? Larry Nance Jr pode virar um monstro defensivo e versátil, ou ser só o “energy guy” que vem do banco pra botar fogo no jogo. E Ivica Zubac foi só um bom achado de segunda rodada ou realmente tem potencial para ser um titular na NBA? Seu tempo para tocos, para um novato, impressiona. Caras como Luol Deng foram contratados para que os treinos sejam levados a sério e o melhor cenário de todos seja alcançado, mas nada é garantido.

O Los Angeles Lakers é ambicioso e não quer esperar muito tempo para voltar para os Playoffs, mas antes de qualquer atitude é preciso passar por mais um ano doloroso. As derrotas desta temporada servirão para saber quem deve ser trocado e quem irá fazer parte do futuro. E só com um bom ambiente e um sistema tático funcional que será possível voltar a sonhar com algum Free Agent de melhor nível.

Torcedor do Lakers e defensor de 87,4% das estatísticas.

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