A análise do Draft é uma tradição do Bola Presa. Foi falando do Draft de 2007, há exatos 10 anos, que nós começamos a existir como um grão de areia na BLOGOSFERA do basquete. As coisas, porém, mudaram em todos esses anos: se antes a gente queria emular vários dos sites gringos que faziam as mais legais análises, dando notas e tirando sarro dos managers burros, agora a gente está mais rodado e sabe que nunca é bem assim.
Como já falamos em um podcast especial para assinantes sobre a história do Draft, é IMPOSSÍVEL prever o futuro. Parece óbvio, né? Mas nessas horas a gente se empolga e quer cravar que tal jogador é ótimo, que outro é péssimo e tudo mais. Mas são tantas variáveis que prever o que um jovem jogador vai ser daqui tantos anos é inviável. Ele pode se machucar, pode crescer, pode ter problemas pessoais, pode achar o técnico perfeito, pode aprender a arremessar, pode jogar fora de posição… ou tudo isso junto e misturado de alguma forma. E as pessoas são diferentes! Não só não sabemos pelo que elas vão passar como não sabemos como vão reagir.
Parte 1 (Sixers, Lakers, Celtics e Suns)
Parte 2 (Kings, Magic, Bulls, Knicks, Mavericks e Hornets)
Parte 3 (Blazers, Pistons, Jazz, Heat, Wolves, Bucks, Pacers, Hawks, Thunder, Nets)
Parte 4 (Cavs, Nuggets, Warriors, Rockets, Clippers, Grizzlies, Pelicans, Spurs, Raptors, Wizards)
No passado a NBA já foi mais amadora e as diretorias eram formadas por equipes pequenas que muitas vezes escolhiam atletas por intuição. Essa época já foi embora faz tempo. Hoje todos os times tem um General Manager que dedica sua vida a isso, um assistente de GM, outro assistente, uma dúzia de olheiros, a equipe de análise de desempenho, o cara das estatísticas, o assistente do cara das estatísticas e a equipe de vídeo. No mínimo. Os jovens jogadores são analisados desde sua adolescência, TODOS os jogos na sua carreira universitária são analisados posse de bola por posse de bola e os caras ainda são chamados para entrevistas e treinos individuais. Por fim, ainda conversa-se com amigos, ex-companheiros, com o técnico do tempo do colegial e até com o padre da igreja do bairro da infância se precisar. E mesmo assim, mesmo com todo esse profissionalismo, temos o Anthony Bennett sendo a 1ª escolha de um Draft. Mesmo assim quase toda a NBA cravava que Kris Dunn seria o novato do ano na última temporada.
Ao longo dos anos ficou mais fácil perceber que analisar o Draft deveria ser um pouco diferente: cravar menos e explicar mais. Apresentar a moçada, tentar entender o que fez um time apostar neles e menos adivinhação se o cara vai ser um deus daqui SEIS anos ou não. Mas é claro que tem coisas que parecem erradas, decisões que parecem precipitadas ou riscos assumidos (ou não assumidos) que são dignos de crítica.
De qualquer forma, entretenimento ainda é importante e não poderíamos fazer uma análise de Draft sem colocar os não menos tradicionais SELOS DE QUALIDADE! Nestes 10 anos já utilizamos como critério mulheres, números, Michael Jackson, memes da internets, seleções brasileiras em Copas do Mundo, Redes Sociais, futebol, manifestações de rua e Game of Thrones. Dessa vez resolvi homenagear o próprio Draft! Escolhi quatro dos CLICHÊS mais usados pelos times para comentar suas decisões:
‘Estamos muito empolgados com nossa escolha’ – Ah, jura?! Você não se arrependeu um segundo depois dessa decisão que demorou MESES pra fazer? Está para nascer o General Manager que não solte uma dessa. Mas, dos clichês, o menos pior. Não é mentira, é só ÓBVIO. Selo para os times que fizeram o que tinham que fazer!
‘Ele era a nossa primeira opção’ – Que feliz coincidência que os 30 times conseguiram o nome que era o primeiro da lista! Ninguém preferia o cara que saiu duas escolhas antes, ficou puto e pegou o outro mesmo assim? Tudo bem, pega mal magoar o pobre do novato, ninguém quer ser segunda opção. Selo para os times que poderiam e queriam fazer mais, mas foram bem mesmo assim.
‘Não acredito que ele caiu no nosso colo’ – Essa costuma ser um complemento para a anterior. Não só ele era o primeiro da lista, como o manager está INDIGNADO que seus rivais não aproveitaram essa chance. É um mix de cutucada no rival com a vibe #gratidão que infesta a nova geração. Selo para os times que não devem ver sua vida mudar neste Draft.
‘Não estamos preocupados com seu histórico de lesões’ – Claro. E eu nem ligo para aquele amigo lindo, alto e musculoso que é super amigão da minha namorada. Selo para os times que até tentam disfarçar, mas mandaram mal.
Philadelphia 76ers
(1) Markelle Fultz, PG
(25) Anzejs Pasecniks, C
(36) Jonah Bolden, PF
(50) Mathias Lessort, PF
Como já comentamos em um texto específico sobre a troca, o Philadelphia 76ers sentiu que era hora de encerrar o Processo, começar o Resultado e mandou duas escolhas de Draft para seduzir o Boston Celtics e agarrar a primeira escolha da seleção deste ano. A ideia era mais do que clara, pegar o armador Markelle Fultz, considerado o melhor jogador deste ano por 99% dos analistas e botar ele para jogar ao lado de Ben Simmons, Dario Saric e, claro, Joel Embiid. Hora de parar de perder de propósito, parar e estocar escolhas futuras e hora de começar a ganhar!
A escolha faz sentido não só porque todos na cidade e no time estão desesperados para não estarem entre os piores, mas também porque Fultz é um armador, posição em que a equipe é carente. O Sixers, justamente pela visão a longo prazo, sempre preferiu talento a encaixe. Então não importava que já tinham mil caras na mesma posição, eles pegavam quem achavam melhor. Em conceito é correto, mas juntar Jahill Okafor, Nerlens Noel e Joel Embiid por muito tempo acabou por irritar alguns dos jogadores e o valor de troca deles caiu. É preciso ter o timing certo para decidir com qual deles ficar. Nesse caso a combinação é perfeita, Fultz é o melhor jogador (imagina-se, ao menos) e também é da posição que eles precisam. Era mesmo a hora de dar o pulo do gato.
Embora Ben Simmons deva atuar como um ala-que-arma por muitas vezes, Fultz é o jogador mais baixo (embora alto para sua posição), ágil, especialista em pick-and-roll e agressivo nas infiltrações que todo time precisa hoje em dia. Assim como Simmons no ano passado, Fultz esteve em um time ruim no basquete universitário e nem chegou no decisivo NCAA Tournament, o pirado mata-mata deles. Mas isso não o impediu de mostrar todo seu potencial. É bem impressionante como ele consegue atacar a cesta com facilidade, arremessar depois de dribles e até seu arremesso de longa distância funciona bem, embora não seja sua grande arma. O comparam muito com James Harden por essa facilidade de encontrar espaços para bandejas mesmo sem estar em grande velocidade. O DraftExpress cita ainda Dwyane Wade e Brandon Roy como outros com o mesmo estilo de atacar a cesta que ele. É importante lembrar, porém, que D’Angelo Russell vinha com o mesmo selo, e a falta de velocidade na primeira passada praticamente tirou o seu jogo de infiltração na NBA. É preciso força física e muita MANHA para aprender a como se enfiar nos garrafões da NBA, talvez Fultz não saia fazendo bandejas na cara de todo mundo desde o primeiro dia.
No Draft Fultz estava usando um terno com a foto de todas as pessoas que foram importantes para ele (na parte de dentro, só dava pra ver quando ele tirava e mostrava, o que era meio ridículo e trabalhoso) e seu sapato era feito do mesmo material usado em bolas de basquete!!! Ele também disse que Joel Embiid mandou no mínimo umas 75 mensagens de texto para ele desde seu treino no Sixers até o Draft. É bom que tenha gostado, senhor Fultz. Seja Embiideiro ou dê o fora!
Markelle Fultz is wearing shoes made out of basketballs.
Ball is life, but … nah…
(? @darrenrovell) pic.twitter.com/AbRGEvMbne— SB Nation (@SBNation) June 22, 2017
Com as outras escolhas do Sixers no Draft é difícil esperar muita coisa. O pivô Anzejs Pasecniks é segundo jogador da Letônia com mais de 2,15m de altura na NBA, ao lado de Kristaps Porzingis, seu antigo companheiro de time. Muito para um país de 2 milhões de habitantes, não? Seja lá o que estejam colocando na comida de lá, continuem!
Como todo jogador com muitos metros de altura, fica a dúvida se em 2017 ele terá como acompanhar a velocidade absurda dos jogos atuais. E como todo grandalhão magricelo, fica a dúvida se conseguirá entrar no garrafão e fazer a altura valer contra caras mais fortes. Pasecniks parece bem técnico e dizem que evoluiu bastante no último ano, quando deixou seu país e foi jogar na Espanha. O mais provável é que fique por lá mais um ano se desenvolvendo e ganhando corpo ao invés de ficar no banco de Embiid, Okafor e Richaun Holmes. Essa escolha 25 era originalmente do Orlando Magic, o Sixers a adquiriu no dia do Draft (enviou uma escolha de 2020 do Thunder) só para pegar Pasecniks. Certamente viram algo que os outros não viram, e descobriremos daqui uns anos se tinham razão.
Na segunda rodada o Sixers buscou dois jogadores da posição 4, os alas de força Jonah Bolden e Mathias Lessort. O primeiro parece ser uma aposta do time para ter mais arremessadores ao redor de Simmons e Fultz, Bolden tem bom chute de longe, mas precisa mostrar que sabe mais do que isso para arranhar uma vaga no time e minutos em quadra. Os olheiros elogiam muito sua visão de jogo e se for um bom passador certamente irá seduzir o técnico Brett Brown. Já Lessort é um ala francês bem atlético que provavelmente ficará mais uns anos atuando na Europa até ter uma chance na NBA.
Los Angeles Lakers
(2) Lonzo Ball
(27) Kyle Kuzma
(30) Josh Hart
(42) Thomas Bryant
Podem chamar LaVar Ball, o pai de Lonzo, de babaca, egocêntrico e babaca de novo, mas ele é, mais do que isso, um PROFETA. Desde que o mundo é mundo ele diz que seu filho jogará no Los Angeles Lakers e aqui está. Destino? ‘O Segredo’? ACASO? Justifique com o seu livro de auto-ajuda favorito, mas a real é que a ERA BALL chegou em Los Angeles. Se essa vai ser uma era de sucesso ou a que nos faz lembrar que o Lakers trocou D’Angelo Russel à toa, só o tempo dirá.
Eu confesso que sou otimista com a ideia de Lonzo Ball no Lakers. O armador tem um potencial gigantesco, mas ao mesmo tempo parece que ele precisa estar jogando no time certo, com o esquema certo, não é um LeBron James que TRANSFORMA o time em suas próprias características. Ele gosta de atuar com alguma velocidade, é um exímio passador e tem um quê de moda antiga ao não ser um armador que exige a bola o tempo todo, ele sabe quando soltar a redonda, mudar o lado do jogo e envolver todo mundo. Por outro lado, Lonzo tem alguma dificuldade em vencer marcações individuais e entrar no garrafão quando quer, como fazem os armadores desta época de Wall-Westbrook-Kyrie e afins. Para que isso faça menos falta ele precisa de um time de movimentação constante, outros jogadores capazes de driblar e passar e que ofereçam oportunidades para ele executar os seus passes. Não sei se o LA Lakers já é esse time, mas é exatamente o tipo de equipe que o técnico Luke Walton sonha e que tentou executar no último ano. A ideia de time do técnico bate com o jeito que seu novo armador joga, em resumo. É um ótimo começo para um time que ainda precisa melhorar MUITO.
Mas apesar desse jeito old school de ser armador, Lonzo Ball tem outras coisas que não poderiam ser mais atuaisJogando por UCLA ele deu praticamente 99% de seus arremessos embaixo da cesta –em bandejas, enterradas– ou em arremessos de três pontos. Seguindo à risca o Moreyball, ele IGNORA os arremessos de meia distância, estatisticamente os menos valiosos do basquete (baixo aproveitamento, valem só 2 pontos). O seu arremesso, como visto no vídeo acima, tem uma mecânica BIZARRA, mas é de alto aproveitamento. Ele acertou mais de 40% de seus arremessos de 3 pontos na NCAA. Nas bolas de 2, justamente por só fazer cestas em infiltrações e dificilmente arriscar bandejas malucas, teve insano nível de 73% de acerto! Coisa de pivô. Abaixo, seus números no meio da temporada passada.
For having such an unorthodox shot, UCLA's Lonzo Ball sure can shoot it from deep. Check out these Synergy shooting stats. pic.twitter.com/XHP7Sc8yyr
— Coach Tony Miller (@tonywmiller) December 15, 2016
Com a Escolha 27, o Lakers deu mais um passo para o time sonhado por Luke Walton com grandes passadores e caras inteligentes em todas as posições. O ala Kyle Kuzma é um daqueles alas de força que não deveriam ter força no nome. Não é também, porém, o tal stretch four como Ryan Anderson ou Ersan Ilyasova, ele está mais para um cara como Boris Diaw, mais lento, mas sempre bem posicionado e capaz de bons passes. Passes no nível do francês? CALMA LÁ NÉ, mas ele parece enxergar bem o jogo. Nos seus melhores momentos na Universidade de Utah, o que mais chamou a atenção foi ver como sabe se movimentar bem sem a bola, algo essencial na nova identidade do Lakers.
O Lakers também tinha a 28ª escolha, mas a mandou para o Utah Jazz em troca das escolhas 30 e 42. Geralmente não gosto de downgrades, mas com o Lakers visando um time barato neste ano, faz algum sentido querer ter uma opção na segunda rodada. Com a 30ª o time encerrou a primeira rodada escolhendo Josh Hart, que tem nome de cantor de boy band mas é, na verdade, um jogador de basquete. Suas características de puro pontuador me lembram o Jordan Clarkson, do próprio Lakers, ou seja, uma outra versão tosca do molde Monta Ellis de jogador. Não encanta, mas qualquer um com bom arremesso de longe pode ser bem útil, veremos se ele dá conta e arranca um espaço na rotação.
Com a tal escolha conseguida na segunda rodada o Lakers conseguiu o pivô Thomas Bryant, que parece um irmão gigante do Nate Robinson. Ele é alto, cerca de 2,10m, e tem uma envergadura COLOSSAL, mas mesmo assim dizem que é um defensor muito ruim e que se destaca pelo arremesso de longe. Dá pra entender essa nova geração?! É minha aposta para ficar a temporada toda na Liga de Desenvolvimento, a agora chamada G-League. #RIPD-League
Boston Celtics
(3) Jayson Tatum, SF
(37) Semi Ojeleye, SF/PF
Muitos torcedores do Celtics não aceitam ainda que eles poderiam ter Markelle Fultz e trocaram a escolha. Mas o manager Danny Ainge insiste no clichê e quer nos fazer acreditar que ele realmente iria pegar Jayson Tatum mesmo se tivesse mantido a primeira posição. Não que Tatum não tenha a chance de ser melhor que Fultz, mas é que Ainge é o 1% nessa opinião, é válido duvidar. Se ele tiver razão, mais uma jogada de mestre, se não, é bom que a soma de Tatum e da escolha futura rendam muito –ou que Fultz não seja tudo isso…
Geralmente times que escolhem numa posição tão alta não precisam se preocupar em encaixar seu novo jogador na rotação, mas o Celtics é um caso diferente, o time acabou de disputar uma final de conferência! Dizem que o agente de Josh Jackson, por exemplo, não quis deixar seu cliente ir treinar em Boston para desencorajar o time a selecioná-lo, acreditando que ele não teria muito espaço no time. Aliás, Ainge até chegou a viajar para Sacramento para fazer um treino com Jackson lá mesmo e deu com a cara na porta.
Realmente os verdinhos não precisavam de mais um grande defensor, atlético que não sabe arremessar! Por isso Tatum é um bom encaixe: não só tem talento para estar entre as primeiras escolhas, como pode ser útil no plano presente do Celtics. Tudo o que eles mais queriam em alguns jogos de Playoffs era um ala capaz de pegar a bola e simplesmente FAZER CESTAS! Ele não é daqueles caras super habilidosos que vão para qualquer lugar, mas Tatum consegue criar seus arremessos e fazer pontos sem sofrer muito. É o jogador mais próximo do estilo Paul Pierce de jogar que o Celtics vai ter desde sua saída.
Na segunda rodada o Celtics caçou o ala Semi Ojeleye, que é um típico cara de segunda rodada: nem tão conhecido por seu talento bruto, mas fez carreira por uma vontade absurda em quadra e capacidade atlética. Na raça ele pode alcançar uns minutos em um elenco LOTADO de jogadores e que ainda busca mais gente na Free Agency? Não vai ser fácil.
Phoenix Suns
(4) Josh Jackson, SF
(32) Davon Reed, SG
(54) Alec Peters, PF
Para citar Fran Fraschilla, especialista em Draft da ESPN, Josh Jackson era uma “sexy blogger pick” para este Draft. Muitos dos especialistas que seguem a garotada mais de perto adorava bravar sobre como o ala de Kansas tinha potencial para ser melhor que deus e o mundo. Não foi o bastante para convencer Celtics, Lakers e Sixers, mas o Phoenix Suns aproveitou. O Suns precisa de alas, precisa de especialistas em defesa e, mais do que isso, precisa de BONS JOGADORES! Mais uma vez um time que consegue draftar por talento e ao mesmo tempo fechar um buraco no elenco.
Josh Jackson é um personagem fascinante deste Draft. Sua mãe foi jogadora de basquete que desistiu da sua última chance na WNBA para ter mais tempo para criá-lo, ele é um fissurado jogador de xadrez e toca SAXOFONE. Segundo seu técnico em Kansas, Bill Self, é um dos caras mais educados e inteligentes que já viu na vida. Ao mesmo tempo, sofreu na carreira acadêmica desde o colegial, mudou de escola um trilhão de vezes e teve 8 técnicos diferentes antes de entrar na faculdade. Ele também se envolveu em um caso de vandalismo na faculdade, ao destruir o carro de uma jogadora de basquete da universidade após uma discussão. E teve o caso citado ali em cima sobre ele FUGIR de um treino com o Celtics antes do Draft.
Na quadra Jackson é ultra competitivo e absurdamente atlético. Enterra, corre, pula, é capaz de um pouco de tudo. A falta de um arremesso ou de um drible melhor para infiltrações deve prejudicar suas chances como pontuador no começo da carreira, mas em um time veloz e apaixonado por contra-ataques como o Suns ele deve ter suas chances de enterrar. O desafio será transferir a fama de bom defensor para a NBA, onde o desafio é maior e os adversários mais experientes. Como é um defensor agressivo, espera-se muitas faltas e algumas dores de cabeça até que comece a dar certo.
Na segunda rodada o Suns pegou o ala Davon Reed, um já clássico 3-and-D, aquele especialista em defesa que, no ataque, sabe acertar suas bolas de longa distância. Foram quase 40% de acerto nas bolas de 3 (lembrando que a linha de 3 universitária é mais próxima da cesta) e foi eleito para o time de defesa da conferência ACC, a sua envergadura colossal causou problemas aos adversários que tentavam passar por ele. A aposta da maioria era que ele seria escolhido no fim da segunda rodada, foi uma surpresa que tenha ficado tão perto da primeira! O Suns arriscou um pouco aqui. O time costuma dar espaço para seus jovens jogadores, como vimos com o armador Tyler Ulis no último ano. Reed deve ter sua chance de mostrar o quanto ele é bom no 3 e no D, e qualquer time, ainda mais o Suns, precisa das duas coisas.
"We needed somebody who could defend their position, make open spot-up shots, and in addition to Josh bring toughness.” Ryan on Davon Reed
— Phoenix Suns (@Suns) June 23, 2017
Por fim, no fim do Draft, o time pegou o ala Alec Peters, um grandalhão arremessador que teve a impressionante média de 23 pontos por jogo na última temporada do basquete universitário! Ele parece ser lento demais para a NBA, mas a qualidade do arremesso, já que vivemos na era dos arremessadores, pode lhe dar uma chance. O jogador rendeu uma das cenas mais legais do Draft: ele nem estava conseguindo mais assistir às escolhas de tanto nervosismo e desabou quando ouviu seu nome.
Emotional roller coaster for former Valparaiso star Alec Peters, who couldn't watch as he was drafted by the Suns (via @Illinois_Irish) pic.twitter.com/1tAVscvHtr
— Sports Illustrated (@SInow) June 23, 2017