A temporada regular da NBA começa nesta terça-feira (25) e antes de ver os jogos você pode conferir nossas expectativas para todos os times! Veja o que já falamos de outras divisões:
Divisão Pacífico (Warriors, Clippers, Kings, Suns e Lakers)
Divisão Sudoeste (Rockets, Spurs, Mavericks, Grizzlies e Pelicans)
Divisão Sudeste (Hawks, Hornets, Wizards, Heat e Magic)
Divisão Atlântico (Celtics, Raptors, Knicks, Nets e Sixers)
Divisão Central (Cavaliers, Pistons, Bucks, Pacers e Bulls)
Divisão Noroeste (Blazers, Jazz, Thunder, Wolves e Nuggets)
Chegou agora e não sabe nada de NBA? Veja nosso especial ‘Semana dos Novatos’
Antes de falarmos de cada time colocaremos uma tabelinha com a POSSÍVEL rotação do time. Antes de gritar com a gente nos comentários, lembrem-se de que vários times ainda não fizeram os últimos cortes necessários enquanto estávamos escrevendo, e que algumas perguntas ainda não estão respondidas. Em alguns casos apenas CHUTAMOS coisas para fazer essa projeção de quem é titular, reserva e tudo mais. É uma ferramenta para ajudar na visualização da equipe, não um retrato perfeito da realidade.
[image style=”” name=”on” link=”” target=”off” caption=”Daqueles momentos constrangedores em que você corre pro abraço mas a pessoa ia abraçar alguém atrás de você”]http://bolapresa.com.br/wp-content/uploads/2016/10/Cavs.jpg[/image]
Cleveland Cavaliers
Titulares | Reservas | Resto |
Kyrie Irving | Kay Felder | Mo Williams |
JR Smith | Jordan McRae | DeAndre Liggins |
LeBron James | Iman Shumpert | James Jones |
Kevin Love | Mike Dunleavy | Richard Jefferson |
Tristan Thompson | Chris Andersen | Channing Frye |
A ambição: Ganhar um segundo título para Cleveland!
A realidade: Altos e baixos na temporada regular, mas uma Final da NBA praticamente garantida.
Depois de tantas dúvidas (“como Kevin Love vai se encaixar na equipe?”, “Kyrie Irving vai conseguir defender alguém?”, “será que eles terão um banco de reservas digno?”, “quem será o técnico da equipe?”, etc) eis que o Cleveland Cavaliers foi simplesmente campeão da NBA em cima do time que quebrou o recorde de vitórias em uma temporada, o Golden State Warriors. Se a maior parte dos especialistas não achava esse título muito provável foi porque apesar da temporada relativamente fácil, o Cavs chegou ao Jogo 7 das Finais da NBA aos trancos e barrancos, cheio de dramas, posições não definidas, um Kevin Love desencaixado, problemas defensivos, troca de técnico e aproveitamento ruim nos arremessos de JR Smith. O fato de que ainda assim a campanha deu certo é impressionante, levemente inacreditável e muitíssimo inesquecível.
Ser campeão costuma ter um efeito duplo em todas as equipes: por um lado, muitos jogadores secundários bem-sucedidos na campanha pelo título acabam recebendo ofertas melhores em outras equipes e não retornam na temporada seguinte; por outro, veteranos querendo uma chance de conquistar um anel sempre aparecem pra ajudar em troca de salários simbólicos. Com o Cavs não foi diferente: Dellavedova e Mozgov partiram para “novas oportunidades”, enquanto Mike Dunleavy trouxe sua veteranice para a equipe. Na prática, as coisas não devem mudar muito, com JR Smith (que pediu uma grana LOUCA que o Cavs só topou porque LeBron James e o resto do Universo cobraram a equipe pra aceitar) assumindo os arremessos de Dellavedova, bastando para isso melhorar um pouco seu aproveitamento, e Tristan Thompson assumindo de vez o garrafão da equipe e fazendo valer o salário gigantesco que ele já ganha há tempos.
O que muda na equipe são as expectativas mais leves: sem a pressão de nunca ter sido campeão em Cleveland, LeBron pode se focar em repetir o feito; sob a desculpa de que “em time que está ganhando não se mexe”, Kevin Love pode ter uma temporada inteira sem temer ser trocado a qualquer deslize; tendo sido o herói das Finais, Kyrie Irving não precisa aguentar sua defesa sendo questionada a todo momento. É claro que as dúvidas continuam lá e podemos esperar mais uma temporada aos trancos e barrancos, mas ninguém levará essas dúvidas a sério porque sabemos que eles podem vencer qualquer equipe do planeta nas condições corretas. Qualquer adversário que não respeitar o Cavs inteiramente tem tudo para ser atropelado e a Conferência Leste deve ser simples para eles. No entanto, seu maior adversário – o Warriors – melhorou significativamente para essa temporada, enquanto o Cavs comemorou o simples retorno de JR Smith. Para tapar esse vão, o Cavs terá que encontrar mais consistência, arrancar uma melhor produção dos seus jogadores secundários e construir novas saídas ofensivas para os momentos de dificuldade, o que não será fácil, mas é perfeitamente possível para uma equipe que encontra seu melhor nos momentos de maior necessidade.
[image style=”” name=”on” link=”” target=”off” caption=”Drummond e Reggie Jackson brincando de ciranda”]http://bolapresa.com.br/wp-content/uploads/2016/10/Pistons.jpg[/image]
Detroit Pistons
Titulares | Reservas | Resto |
Reggie Jackson | Ish Smith | Beno Udrih |
Kentavious Caldwell-Pope | Darrun Hilliard | Reggie Bullock |
Tobias Harris | Stanley Johnson | Michael Gbinije |
Marcus Morris | Jon Leuer | Henry Ellenson |
Andre Drummond | Aron Baynes | Boban Marjanovic |
A ambição: Ir aos Playoffs pela segunda vez seguida para dar experiência pra pirralhada
A realidade: Suar pra chegar nos Playoffs, mas morrer na primeira rodada
Quando o Pistons se negou a reconstruir, tentando apressar uma reformulação e torrando uma grana em jogadores aleatórios, afundou na tabela. Quando fez uma reconstrução legítima, apostando em jogadores novos, no draft, um elenco para o futuro e um técnico focado no desenvolvimento de jovens estrelas, o time deu resultado muito antes do que devia. A ida do Pistons aos Playoffs na temporada passada foi inesperada mas coroou o avanço rápido da equipe e deu experiência e confiança para uma equipe que ainda está engatinhando. O núcleo central do elenco, com jogadores de todas as posições, tem 26 anos ou menos. Ganhando essa experiência de pós-temporada aos pouquinhos e com o esquema simples e prático de Stan Van Gundy, uma hora o Pistons certamente estará disputando as Finais da Conferência Leste – especialmente se LeBron já tiver se aposentado até lá, claro. Será que o plano do Pistons é montar um elenco que atinja seu auge quando LeBron tiver seu primeiro neto?
Como uma boa equipe com os olhos no futuro e nenhuma obrigação de vencer agora, o Pistons teve uma offseason discreta em que não trouxe nenhum grande nome que pudesse atrapalhar o desenvolvimento de seus jovens jogadores, mesmo que com isso não tenha sido capaz de solucionar a deficiência nos arremessos de três pontos que tanto atrapalhou a equipe durante a última temporada. Como reforços, apenas os jovens Ish Smith, Jon Leuer – um arremessador razoável que Stan Van Gundy clamou a deus – e Boban Marjanovic, o gigante que parecia animar os dirigentes em San Antonio e acabou caindo no colo do pessoal de Detroit (não literalmente, por favor, que não há colo grande suficiente no mundo). Serão suficientes para manter o elenco dominando os rebotes contra qualquer adversário, sendo o garrafão mais imponente da NBA, e oferecerão novas opções de ataque num esquema ofensivo que muitas vezes parece totalmente estagnado. É bem provável que cumpram o objetivo explícito de conquistar novamente uma oitava vaga para os Playoffs e tentar incomodar o Cavs, mas sem arremessos de três pontos e com Andre Drummond ainda errando virtualmente dois terços dos seus lances livres, qualquer coisa para além disso seria uma aberração incompreensível.
[image style=”” name=”on” link=”” target=”off” caption=”Os braços do Antetokounmpo não cabem na foto”]http://bolapresa.com.br/wp-content/uploads/2016/10/Bucks.jpg[/image]
Milwaukee Bucks
Titulares | Reservas | Resto |
Giannis Antetokounmpo | Jason Terry | Malcolm Brogdon |
Matthew Dellavedova | Tony Snell | Rashad Vaughn |
Khris Middleton | Michael Beasley | Steve Novak |
Jabari Parker | John Henson | Mirza Teletovic |
Greg Monroe | Miles Plumlee | Thon Maker |
A ambição: Flertar com uma oitava vaga para os Playoffs.
A realidade: Flertar com a nona ou décima colocação.
Quando o técnico Jason Kidd comentou que gostava de jogadores altos e que o futuro da NBA seriam armadores gigantes e versáteis, a diretoria da equipe levou a sério DEMAIS. Nas últimas temporadas o Bucks conseguiu a maior coleção já feita de jogadores gigantes e de braços longos em todas as posições possíveis. Antetokounmpo, com 2,11m de altura, é oficialmente o maior armador da NBA depois de ter sido colocado em definitivo nessa posição por Jason Kidd, e seus companheiros não deixam a desejar no quesito tamanho e envergadura. O problema é que embora essa jovem equipe de gigantes tenha mostrado progresso, alguns momentos brilhantes e seja certamente um dos times mais interessantes de se assistir recentemente, falta velocidade lateral e defensores especialistas para conseguir proteger tanto o aro quanto o perímetro, além da total ausência de arremessadores já que todos esses gigantes querem infiltrar e atacar a cesta. Com Antetokounmpo e Jabari Parker infiltrando, nenhuma defesa está segura, mas Greg Monroe e Miles Plumlee também ocupam a região abaixo do aro e fica difícil encontrar espaço para todo mundo pontuar. Khris Middleton, o único respiro nos arremessos de três pontos dessa equipe, está lesionado e deve passar 6 meses fora, o que não ajuda as chances do Bucks de sonhar com os Playoffs.
Para remediar, a equipe conta com a chegada de Michael Beasley (é a mais nova equipe a cair no mito de que o Beasley vai dar certo eles) e do atual campeão da NBA Matt Dellavedova, que tem um arremesso não-risível e dividirá as funções de armação com Antetokounmpo em tempo integral. Teletovic até pode ajudar nos arremessos, mas com ele em quadra a defesa fica perigosamente exposta, de modo que Jason Kidd ainda não encontrou uma rotação ideal e nem a solução tática para extrair o melhor do potencial físico que tem em mãos. A única certeza é que Antetokounmpo é um dos maiores jovens talentos da última década e que Jabari Parker tem potencial infinito, mas até a dupla estar cercada das peças certas será necessário um longo processo de testes e experimentações por parte do jovem técnico. Mas não há pressa, afinal o Bucks só precisa começar a vencer quando o Bola Presa tiver finalmente realizado a compra da franquia. Aliás, você já fez sua contribuição hoje?
[image style=”” name=”on” link=”” target=”off” caption=”Paul George é pura ousadia e alegria, não necessariamente nessa ordem”]http://bolapresa.com.br/wp-content/uploads/2016/10/Pacers.jpg[/image]
Indiana Pacers
Titulares | Reservas | Resto |
Jeff Teague | Aaron Brooks | Joe Young |
Monta Ellis | Rodney Stuckey | Rakeem Christmas |
Paul George | CJ Miles | Glenn Robinson |
Thaddeus Young | Lavoy Allen | Georges Niang |
Myles Turner | Al Jefferson | Kevin Seraphin |
A ambição: Acabar em terceiro lugar no Leste.
A realidade: Acordar fora dos Playoffs, não fazer ideia de como foi parar ali e culpar a bebida.
O Indiana Pacers não sabe o que quer. Apesar da sétima colocação na Conferência Leste na temporada passada, o engravatado Larry Bird não ficou nada satisfeito com a equipe – ele nunca está satisfeito, admitamos – e resolveu mais uma vez mudar toda a equipe ao redor de Paul George. Seu plano é um time que jogue mais rápido, marque mais pontos (o plano são 4 pontos por jogo a mais do que na temporada passada, o que é um aumento que colocaria a equipe entre os melhores e mais rápidos ataques da Liga) e seja dominante defensivamente. Como cumprir o plano? Trazendo o técnico Nate McMillan, famoso por esquemas táticos mais lentos e metódicos, contratando Al Jefferson, que foi parar no banco do Hornets porque apesar de ser um dos maiores pontuadores de garrafão da NBA tem a capacidade de fazer o Universo se mover EM CÂMERA LENTA quando está em quadra, e trocou o armador George Hill – um jogador atlético, explosivo e talvez o melhor defensor de sua posição – por Jeff Teague, um armador mais contido, cerebral e pouco agressivo na defesa. Myles Turner, uma grata surpresa do Pacers na temporada passada, agora dividirá minutos com Al Jefferson e Thaddeous Young, duas adições que por si só já diminuem o potencial defensivo dessa equipe. Com a inevitável piora defensiva será difícil cumprir a meta de puxar mais contra-ataques, o que invariavelmente tornará o ataque de meia quadra, justamente a maior deficiência do Pacers, ainda mais comum do que foi na temporada passada.
Com Paul George de volta à sua zona de conforto jogando como ala menor, especialmente na defesa, o Pacers não será nunca um time a se desconsiderar. Mas todas as deficiências que o time mostrou nos Playoffs do ano passado não apenas foram ignoradas como também receberam o adendo de possíveis deficiências novas, trazidas por um modelo de jogo imposto de fora e contratações que não se encaixam com os planos da franquia. A não ser que Paul George tenha uma temporada digna de candidato a MVP – o que certamente seria maravilhoso de ver – não consigo imaginar essa equipe voltando à pós-temporada tão cedo, e espero que isso sirva de lição para o desastre de trem ambulante que é a carreira de Larry Bird como dirigente esportivo.
[image style=”” name=”on” link=”” target=”off” caption=”Dwyane Wade com a camisa do Bulls: ERRADO”]http://bolapresa.com.br/wp-content/uploads/2016/10/Bulls.jpg[/image]
Chicago Bulls
Titulares | Reservas | Resto |
Rajon Rondo | Michael Carter-Williams | Isaiah Canaan |
Dwyane Wade | Denzel Valentine | Jerian Grant |
Jimmy Butler | Doug McDermott | Paul Zipser |
Taj Gibson | Nicolas Mirotic | Bobby Portis |
Robin Lopez | Cristiano Felício |
A ambição: Voltar aos Playoffs.
A realidade: Descobrir que sortear um time no dado não leva a lugar nenhum.
O Bulls era um time de elite com o técnico Tom Thibodeau, mas gastou tempo e energia demais esperando Derrick Rose voltar de lesão. Quando ele enfim jogou, o técnico já era outro, a dinâmica da equipe já estava focada em Jimmy Butler, o poder defensivo sumira e o desastre estava anunciado. A solução da equipe foi, então, fazer trocas agressivas: se livrar de qualquer peça que não tenha se encaixado perfeitamente no esquema tático furado do técnico novato-e-perdido Fred Hoiberg e trazer qualquer corpo humanoide que possa ajudar a substituí-las. A Era Derrick Rose chega oficialmente ao fim, mas ela também é o fim de Joakim Noah e Pau Gasol, que deixam a equipe para a chegada de descontentes, desajustados e despejados dos mais diversos lugares, como Rajon Rondo, Robin Lopez e Dwyane Wade. Numa estratégia que faria até o Grizzlies corar de vergonha, o Bulls reuniu jogadores completamente desconexos em busca de uma nova casa e uma nova chance de redenção, ainda que nenhum deles se encaixe no que Fred Hoiberg tem proposto até aqui, no que Jimmy Butler tem feito em quadra (e em seu sonho de, enfim, liderar uma equipe) e ainda que nenhum deles consiga arremessar de três pontos nem que suas vidas dependessem disso.
É inegável que o Bulls conseguiu juntar uma trupe talentosa e Rondo e Wade, inteligentes que são, certamente encontrarão sozinhos um modo de funcionarem juntos. Mas o descompasso entre os membros da equipe, a comissão técnica e a diretoria são receitas clássicas para o fracasso. É até bem possível que o talento fale mais alto, que os veteranos “assumam” o técnico Hoiberg para si, protejam o rapaz e façam tudo funcionar, que Wade acerte as bolas de três pontos que misteriosamente acertou nos Playoffs passados, e que na pós-temporada a experiência das estrelas fale mais alto e os alavanque para o topo da Conferência. Mas se eu tivesse alguns reais no bolso para apostar (e não tivesse ainda investido essa grana na compra do Bucks), chutaria justamente o contrário: um técnico ostracizado, estrelas dando cabeçada, um Jimmy Butler mais uma vez descontente e um esquema tático impossível de se realizar de maneira eficiente. Ainda assim, não há dúvidas de que o Bulls é um time para acompanhar bem de perto nessa temporada: absolutamente QUALQUER COISA pode acontecer, e quem piscar pode perder os únicos milisegundos de sentido e coerência que a equipe pode mostrar na temporada. Na pior das hipóteses, Wade e Rondo merecem o benefício da dúvida, então vale ver o que os dois vão inventar para não ter uma temporada desperdiçada na casa nova.